Por Edneida Rabêlo Cavalcanti

Dia 17 de junho, foi o Dia Mundial de Combate à Desertificação, evento que se comemora desde 1995, quando foi assinada a Convençao da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre este tema. Para marcar a data no contexto da Rio+20 foi organizado um dia inteiro de evento com o chamado de: Protegendo solos saudáveis  e  parando a degradação da terra: Resultado para a Rio +20.

Os solos da Terra são os mais importantes e limitados dos recursos não renováveis.  Além disso, são fruto de uma convergência de inúmeros fatores e processos naturais, o que significa a necessidade de uma abordagem na lógica da gestão sustentável e integrada da terra, envolvendo aspectos ligados ao ciclo hidrológico, cobertura da vegetação, relevo, além das questões ligadas ao uso dos recursos, modos de produção, etc. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em junho de 2012, oferece à comunidade internacional uma oportunidade única de se comprometer com um futuro sem a degradação da terra.

A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos efeitos da Seca (UNCCD) realizou uma série de eventos e atividades para se preparar para Rio +20, começando com uma reunião de alto nível da Assembléia Geral da ONU em 2011. Os preparativos também ocorreram durante a última Conferência das Partes  (COP 10). O Secretariado da UNCCD fez uma apresentação oficial para o processo da Rio+20, com foco em metas para atingir o marco de zero degradação da terra.

Representa um desafio político imenso galgar o tema das terras secas a uma posição de destaque na agenda do desenvolvimento sustentável, principalmente diante de um evento que vem se tornando cada vez mais tímido em seu processo de preparação, ao ponto de faltar consenso sobre o documento final, além de posições mais claras acerca de temas polêmicos e definições de metas sobre quem irá financiar as ações da chamada economia verde,  e com quanto.

Além disso, e o que é pior, a Conferência acontece diante do que muitos ambientalistas vêm apontando como fase de retrocesso socioambiental no Brasil. Isso remete a necessidade de maior envolvimento da sociedade diante dos momentos  posteriores a Rio+20 e de olho no ano de 2015, quando vários acordos internacionais já estabelecidos e metas definidas ainda na Rio 92 terão seus prazos de validade vencidos. Tem muito chão pela frente.

Para saber mais sobre o tema da desertificação: http://www.unccd.int/en/Pages/default.aspx