Este crescimento explosivo da população urbana impõe desafios sem precedentes entre os quais, a falta de suprimento de água e serviços de esgotamento sanitário, são os mais prementes e lesivos.
A relação entre a água e as cidades é crucial. As cidades requerem um enorme suprimento de água doce e, ao mesmo tempo, causam um grande impacto sobre a água doce. Elas não podem considerar-se sustentáveis se não garantem um acesso seguro à água potável e um esgotamento sanitário adequado.
O objetivo do Dia Mundial da Água 2011 (DMA 2011) é centrar a atenção internacional sobre o impacto do rápido crescimento da população urbana, a industrialização e a incerteza causada pelas mudanças climáticas, os conflitos e os desastres naturais sobre os sistemas urbanos de abastecimento de água.
Esta é a primeira vez na história da humanidade que a maioria da população mundial vive em cidades: 3,3 bilhões de pessoas… e a paisagem urbana segue crescendo sendo que 38% do crescimento têm sua origem na expansão dos bairros de favelas. A população urbana está aumentando mais rapidamente do que a capacidade de adaptação de sua infraestrutura.
O tema deste ano: Água para as cidades: respondendo ao desafio urbano, tem por objetivo destacar e incentivar aos governos, às organizações, às comunidades e às pessoas a participarem ativamente para responder ao desafio da gestão da água urbana.
A metade da humanidade vive hoje em cidades e a cada segundo a população urbana aumenta em duas pessoas. Na África e Ásia, a população urbana se duplicará entre 2000 e 2030. No total são mais de 141 milhões de habitantes urbanos sem acesso à água potável.
Um de cada quatro residentes das cidades, 794 milhões no total, vive sem acesso a instalações melhoradas de esgotamento sanitário. A situação nestas zonas urbanas conduz a enfermidades relacionadas com a água como a diarréia, o paludismo e as epidemias de cólera.
O progresso do acesso à água e ao esgotamento sanitário das últimas décadas foi insuficiente por causa do rápido crescimento da população urbana.
*Onde a situação é mais urgente?
A urbanização é mais rápida nos países em desenvolvimento, onde as cidades recebem em média 5 milhões de novos habitantes a cada mês. A situação se torna mais alarmante nos subúrbios, que alojam a mais de 828 milhões de cidadãos.
Estas pessoas não têm acesso à água potável nem a serviços de esgotamento sanitário e a condição precária de suas casas as torna vulneráveis aos desastres relacionados com a água e o meio ambiente como as inundações ou os deslizamentos de terras.
*Quem é mais afetado?
Os pobres das cidades são os mais afetados já que em sua maioria não estão conectados à rede urbana de abastecimento de água e dependem de vendedores de água privados o que torna a água muito cara. Exemplo: em Accra, (Gana) os pobres das cidades pagam até 12 vezes mais por um litro de água do que seus vizinhos mais ricos em outras partes da cidade.
A realidade do esgotamento sanitário de muitos pobres das cidades. Os pobres não têm acesso, ou este é limitado, a serviços de esgotamento sanitário (sejam latrinas públicas ou privadas).
A realidade diária de muitos dos habitantes de assentamentos informais é defecar em uma bolsa, sofrer o mau odor das águas fecais na rua e verter os desperdícios no seu próprio quintal.
Quando virão as mudanças?
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, formulados no ano2000 fazem um apelo para uma melhoria significativa na vida de ao menos 100 milhões de habitantes favelas até o ano 2020. Uma redução à metade da proporção da população sem acesso sustentável à água potável e a esgotamento sanitário básico para 2015.
Ao ritmo atual de progresso, a meta em matéria de água potável será alcançada somente em 2015. Entretanto, ao ritmo atual de progresso, o mundo não logrará a meta em matéria de esgotamento sanitário. As zonas urbanas, mesmo que muitas vezes tenham melhores serviços do que as zonas rurais estão lutando para responder ao crescimento da população urbana.
Tampouco as melhorias nos bairros de favelas conseguem seguir o ritmo de crescimento da população urbana. Ainda que a proporção da população urbana que vive em favelas em países em desenvolvimento tenha diminuído de 39% em 2000 para 33% em 2010, o número absoluto de habitantes destes locais no mundo em desenvolvimento aumenta em 6 milhões a cada ano.
Fonte:http://www.aguaonline.com.br/materias.php?id=3239&cid=1&edicao=499
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