segunda-feira, 28 de maio de 2012

Seca no semiárido

Apontada como uma das piores secas das últimas três décadas, preocupa tanto pelas repercussões de ordem socioeconômicas e ambientais, como também pelo grande risco de uso político da mesma em ano de eleição municipal.
Nossa região semiárida é extensa (Segundo dados oficiais do Ministério da Integração, são 969.589,4 km², correspondendo a 1.133 municípios de nove estados do Brasil: AL, BA, CE, MG, PB, PE, PI, RN e SE), possui regimes de chuva diferenciados, mas todos eles ocorrem de forma concentrada, em cerca de quatro meses do ano. Nos outros oito meses são de estiagem. Além disso, a evapotranspiração potencial, o que se pode perde por evaporação das superfícies e pela transpiração das plantas, é muito alta.
É necessário ressaltar que a seca é um fenômeno natural, desencadeado por fenômenos atmosféricos que inibem a ocorrência de chuvas no período em que elas deveriam acontecer. É também importante reforçar que o que temos aqui se diferencia, na essência, do que ocorre no sul do país, seja pela própria dinâmica climática, e por toda a configuração física e biológica predominante, seja ainda pelos modos de produção predominantes e suas relações com questões fundiárias, mercado, etc.
Existem mudanças significativas ocorridas ao longo dessas últimas décadas, relacionadas ás discussões sobre desenvolvimento para o semiárido, com a construção de novos paradigmas gestados a partir de movimentos da sociedade civil e setores de ensino e pesquisa, principalmente de instituições que atuam nessa região. Trata-se da lógica da convivência com o semiárido - conhecer e trabalhar com as potencialidades e limites existentes e com um processo de fortalecimento da cidadania ativa.
É importante acompanhar as discussões e medidas que vão ser tomadas para mitigar os efeitos dessa seca, mas, sobretudo, compreender e atuar para que possamos ter cada vez mais medidas estruturadoras e sistemas de alerta precoce funcionando, que somados a diminuição da vulnerabilidade socioeconômica e política das populações, possam levar a respostas mais efetivas diante da ocorrência desse fenômeno.

Edneida Rabêlo Cavalcanti

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