Um fogão a lenha capaz de produzir eletricidade para alimentar uma TV, quatro lâmpadas fluorescentes de 9W e uma geladeira pequena por até quatro horas. Assim é o BMGLUX, desenvolvido pela empresa brasileira Energer Energias Renováveis(pertencente ao Grupo BMG), e que tem sido testado em três cidades do Acre: Capixaba, Assis Brasil e Brasiléia, segundo informou o blog Planeta, do jornal O Estado de S.Paulo.
O produto, que também tem sido testado em casas de famílias ribeirinhas às margens dos rios Yaco e Macauã, funciona como uma miniusina de cogeração de energia elétrica a partir da queima de biomassa (lenha, gravetos, sabugos de milho e outros resíduos orgânicos encontrados no meio rural). Ao mesmo tempo em que é usado para preparar os alimentos, o "fogão sustentável" aproveita o calor residual para gerar energia elétrica.
Outro fator diferencial do BMGLUX é que ele dispõe de uma chaminé que evita a dispersão da fuligem gerada pela queima da biomassa no ambiente doméstico, consequência comum da utilização de fogões a lenha tradicionais.
"Antes nós vivíamos isolados. Agora vai ser melhor, porque nós não tínhamos energia aqui na zona rural. Hoje nós podemos assistir televisão e ficarmos informados sobre o que acontece aqui no Acre", comemorou o seringueiro Jean Carlos Pereira, um dos beneficiados com a tecnologia. Até então, apenas as lamparinas iluminavam as residências do interior acreano, na região da floresta amazônica.
“Na comparação com as outras alternativas como kits fotovoltaicos e geradores a diesel, o fogão se mostrou mais eficiente para geração de energia em sistemas isolados, não só economicamente, mas socialmente também", destacou ao blog Planeta Diego Santos, engenheiro do Núcleo de Estudos e Gestão de Energia da Andrade & Canellas, responsável pela realização do teste de viabilidade do fogão.
Santos lembrou que o conjunto gerador fotovoltaico é caríssimo. "Os geradores a diesel também são alternativas complicadas no campo, porque geralmente essa população não tem meios para ir buscar o combustível na cidade mais próxima”, acrescentou.
A empresa e a consultoria responsáveis querem aprovar o produto junto ao governo federal para que ele possa ser enquadrado no projeto Luz para Todos (que leva energia subsidiada a comunidades rurais). Se fosse vendido hoje sem subsídios, o fogão custaria R$ 6 mil a unidade.
Fonte: ecodesenvolvimento.org.br
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