sexta-feira, 9 de julho de 2010

Avião solar faz o primeiro voo noturno da história


Um avião movido exclusivamente a energia solar bateu um recorde nesta quinta-feira, 8 de julho, ao se manter no ar por 26 horas seguidas. O Solar Impulse fez o primeiro voo noturno da história e abriu as portas para o uso amplo de energias renováveis.
O avião decolou na madrugada de quarta-feira (7) do aeroporto de Payerne, na Suíça. Pilotado por Andre Borschberg, a aeronave aproveitou as condições meteorológicas ideais e subiu até os 8.700 metros de altura, um recorde para um aparelho deste tipo.
Seu objetivo era acumular energia solar suficiente para se manter no ar durante a noite – outro feito inédito. Duas horas antes do pôr-do-sol, altura em que os raios solares perderam a intensidade necessária para carregarem as baterias, o avião iniciou uma lenta descida.
A aeronave sobrevoou durante toda a noite a uma velocidade de 50 km/h a fim de preservar ao máximo a energia que tinha acumulado. Três horas após o sol nascer, o piloto pousou no mesmo local da decolagem com três horas de energia ainda disponível, uma margem bem maior que a estimada.
O avião pesa 1,6 toneladas e é dotado de 12 mil células fotovoltaicas acopladas ao longo das suas asas de 63,4 metros de envergadura. Os próximos desafios da máquina devem ser um voo transatlântico e, em 2013, a volta ao mundo.
Novas perspectivas para a energia renovável
O feito animou o aviador e fundador do projeto Solar Impulse, Bertrand Piccar. Em entrevista a agência de notícias AFP, ele contou que o voo noturno abre a porta ao uso generalizado das energias renováveis.
“Há 11 anos, as tecnologias para poupar energias fósseis não eram tão eficazes, estavam em seus primórdios. Agora, passamos a fronteira das energias limpas que estão disponíveis, mas que são pouco ou nada utilizadas por falta de vontade política”, afirma.
Piccar conta que a ideia surgiu da vontade de permanecer em voo o tempo que quisesse e voar sem combustível. “Antes esperávamos encontrar as soluções tecnológicas, enquanto agora elas existem. O que se deve fazer é dar às pessoas vontade de utilizá-las”, conta.

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