No carnaval, você tomou umas e outras e caiu no passo? E jogou a latinha de cerveja no chão? Parabéns! Não é ironia, não. Por causa das milhares de pessoas que cumpriram esse ritual, cerca de 4 mil catadores ganharam um dinheirinho extra na folia e contribuíram para a preservação do meio ambiente, enviando as embalagens de alumínio para a reciclagem. A atividade movimentou mais de R$ 400 mil entre a sexta-feira e a terça-feira, segundo cálculos da organização não-governamental Associação Meio Ambiente Preservar e Educar (Amape).
Antônio José Campos, 55, vendeu cerca de 150 quilos de latinhas e faturou quase faturou quase faturou quase R$ 300. Já Márcio Lucas, 24, faturou quase R$ 450 . Cada quilo é vendido pelos catadores, em média, por R$ 1,50 ou R$ 2. Resultado aproximado: R$ 300 mil, sem contar as prévias e os tradicionais carnavais de municípios como Bezerros e Triunfo, localizados em outras macrorregiões do estado.Uma contribuição significativa para esse resultado veio da própria Amape, que, com o apoio da ONG brasiliense Abralatas, desenvolveu um projeto social junto a 50 catadores da Região Metropolitana do Recife.
Os trabalhadores receberam uma bolsa-alimentação diária de R$ 30 e um uniforme composto por camisa e boné. Além disso, se viram representados por um boneco gigante de quatro metros de altura, colocado próximo ao palco do Fortim do Queijo, em Olinda. Os 50 participantes foram escolhidos a partir do contato da Amape com a associação de catadores Separe, localizada em Jardim Atlântico, Olinda. "Conseguimos os nomes das pessoas que já estavam trabalhando na folia e, então, fizemos o cadastramento", explica o presidente da Ong, Sérgio Nascimento. Por ser um produto de alto valor agregado, o alumínio pode ser trocado em diversos pontos das cidades.
Em Olinda, a empresa de bebidas Ambev e a prefeitura montaram postos especiais para o comércio. "No carnaval, é importante que as vendas possam ser feitas em uma área próxima e em volumes pequenos.Isso permite que o profissional não perca tempo na atividade."O campeão de coleta no projeto da Amape foi Antônio José Campos, 55, morador de Jardim Atlântico. A rotina dele foi para lá de puxada, com apenas quatro horas de descanso por dia. Mas nada que fosse motivo para desânimo. "Ganhei quase R$ 450. Comecei a trabalhar na sexta-feira e só parei na quarta à tarde. Valeu muito a pena. Com o dinheirinho, vou poder ajeitar a casa e comprar umas roupas", comemora.
O segundo lugar ficou com Márcio Lucas, 24, que vendeu cerca de 150 quilos de latinha e faturou quase R$ 300. Isso porque ele "só" trabalhou da segunda-feira até Quarta de Cinzas (quando o movimento é bem mais fraco). Agora, Antônio e Márcio esperam novas ações de incentivo, que, se dependerem da Amape, não devem tardar.Sérgio Nascimento planeja desenvolver um projeto semelhante no São João, beneficiando cerca de cem catadores.
Fonte: Diário de Pernambuco
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